sábado, 22 de novembro de 2008

Texto=)

No mural do colégio da minha filha encontrei um cartaz escrito por uma mãe, avisando que estava vendendo tudo o que ela tinha em casa, pois a família voltaria a morar nos Estados Unidos.

O cartaz dava o endereço do bazar e o horário de atendimento. Uma outra mãe, ao meu lado, comentou:
- Que coisa triste ter que vender tudo que se tem.

- Não é não, respondi, já passei por isso e é uma lição de vida. Morei uma época no Chile e, na hora de voltar ao Brasil, trouxe comigo apenas umas poucas gravuras, uns livros e uns tapetes. O resto vendi tudo, e por tudo entenda-se: fogão, camas, louça, liquidificador, sala de jantar, aparelho de som, tudo o que compõe uma casa. Como eu não conhecia muita gente na cidade, meu marido anunciou o bazar no seu local de trabalho e esperamos sentados que alguém aparecesse. Sentados no chão. O sofá foi o primeiro que se foi.

Às vezes o interfone tocava às 11 da noite e era alguém que tinha ouvido comentar que ali estava se vendendo uma estante. Eu convidava pra subir e em dez minutos negociávamos um belo desconto. Além disso, eu sempre dava um abridor de vinho ou um saleiro de brinde, e lá se iam meus móveis e minhas bugigangas. Um troço maluco: estranhos entravam na minha casa e desfalcavam o meu lar, que a cada dia ficava mais nu, mais sem alma.

No penúltimo dia, ficamos só com o colchão no chão, a geladeira e a TV. No último, só com o colchão, que o zelador comprou e, compreensivo, topou esperar a gente ir embora antes de buscar. Ganhou de brinde os travesseiros.

Guardo esses últimos dias no Chile como o momento da minha vida em que aprendi a irrelevância de quase tudo o que é material. Nunca mais me apeguei a nada que não tivesse valor afetivo. Deixei de lado o zelo excessivo por coisas que foram feitas apenas para se usar, e não para se amar. Hoje me desfaço com facilidade de objetos, enquanto que se torna cada vez mais difícil me afastar de pessoas que são ou foram importantes, não importa o tempo que estiveram presentes na minha vida.

Desejo para essa mulher que está vendendo suas coisas para voltar aos Estados Unidos a mesma emoção que tive na minha última noite no Chile. Dormimos no mesmo colchão, eu, meu marido e minha filha, que na época tinha 2 anos de idade. As roupas já estavam guardadas nas malas. Fazia muito frio. Ao acordarmos, uma vizinha simpática nos ofereceu o café da manhã, já que não tínhamos nem uma xícara em casa. Fomos embora carregando apenas o que havíamos vivido, levando as emoções todas: nenhuma recordação foi vendida ou entregue como brinde. Não pagamos excesso de bagagem e chegamos aqui com outro tipo de leveza.

Eu tenho aprendido muuuuito disso aqui...como o q importa sao os lacos...os sentimentos sabe...eu nao to dizendo q ir nas lojas aqui e comprar um monte de coisa legal e barata eh ruim...q poder comprar eletronico com uma facilidade gigante nao eh legal...mas sabe..tudo isso vale nada diante de tudo q a gente constroi no q se trata a relacionamentos e vidas!

Olha....eu prometo q vo voltar...posso dizer q teremos um probleminha...pq meu pc aqui eh mac e eu nao sei usar direito...kkkkkkkk....nao vai dar pra ficar baixando as fotos e tal...mas prometo q o q der pra fazer eu vo fazer...=)

bjs e prometo q volto pra contar a saga em Boston....affffff...hauhauua

2 comentários:

neli araujo disse...

Karine linda,

Passando pra deixar meu carinho, e saber como andam as coisas com você, amiguinha! Não precisa responder...sei que anda correndo...Mas lembre-se: Deus stá no controle de tudo! Tudinho mesmo!

beijoca carinhosa,

Neli

carmen disse...

Karine:
Gostei do seu post...

É bom pensarmos nos valores das coisas, das pessoas...

Sempre digo que as coisas são para as pessoas, não as pessoas para as coisas... em todos os sentidos.

Devemos reavaliar os nossos valores, de vez em quando, para que nào deixemos os valores temporais tomarem o lugar dos valores eternos

Bjs